sexta-feira, 20 de junho de 2014
Ruínas em meu coração.

Acredito na teoria de que somos programados antes mesmo de nascermos. Como robôs, devemos andar na linha. Sempre na linha. Se você der um passo em falso, meu amigo, reze. Reze muito, pois você será julgado de todas as formas possíveis. Não respire mais pesado do que o normal. Não ande depressa demais, tampouco devagar. Ande no ritmo, o tempo é uma máquina! Seu chefe estará sempre de olho em você. As pessoas sempre estarão de olho em você. A sociedade. Ah, o que falar da sociedade? Por que devo me preocupar em ser bem sucedida antes dos trinta? Por que ainda, na flor da idade, preciso escolher qual será minha profissão? Pudera eles desconfiarem que eu me sinto mais como um avião, prestes a decolar sem rumo. É injusto que agora, tão cedo, sendo basicamente uma tripulante nova e inexperiente nesse ramo, tenha que escolher meu destino. Meu caminho. Decidir se irei decolar como um foguete, mais alto do que às estrelas, ou se irei afundar, de bico, de tal forma que me auto afogarei em uma profundidade tão extrema que será impossível voltar ao caminho. Ao caminho sem volta.
Eu não quero traçar um caminho sem volta. Eu não quero ter que escolher. Eu quero tudo, eu quero o mundo. Quero conhecer pessoas, quero ficar sozinha. Quero sorrir, assim como também quero chorar -por que não? Faz bem para os olhos, afinal-. Quero, também, me sentir amada. Quero amar. Assim como amei, assim como ainda amo e, provavelmente, sempre amarei. É incrível o que essa coisa, essa obrigação de nos fazer ter que escolher entre destinos e rumos diferentes faz com a gente, com a nossa mente e com o nosso coração. Eu ainda estou tentando entender e, provavelmente, sempre tentarei. Por que um casamento pode acabar com um amor? Com meus pais foram assim, com alguns dos meus tios e até com meus avós por parte de pai. Parece que essa coisa chamada casamento é, com quase setenta por cento de certeza, um voo livre de asa-delta com um único só destino: A ruína, a imperfeição, a aflição, o afogamento. A morte. Eu não quero isso para nós, nunca quis. Por que não pôde me entender? Por que não pôde ver meu lado? Talvez fosse falta de conversa. Talvez, se eu mostrasse meu ponto de vista com mais clareza... Bom, eu não sei. Eu sempre achei que você fosse O homem ideal, o "amor da minha vida". Supus que você pudesse ler minha mente. Ver através de mim com seus olhos. Seus lindos olhos... Ah, como sinto falta deles. Mas não importa. Compatível com o tamanho da minha saudade, vem a certeza de que estive errada esse tempo todo. Você não me entende. Não entende minha mente, não sabe me ler, não sabe ver quem eu realmente sou.Não conhece minhas entrelinhas. Sinto muito, se o Sim que você esperava ouvir, fosse enfim dito, faríamos parte de uma estatística mais adiante. Seriamos mais um casal, entre milhões, que se afogou em sofrimento. Que acabou com um casamento. Que acabou com o amor. Com o amor que, de uma forma ou outra, permanecerá sempre quente em meu coração. Em minha alma. Em mim. 

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